Problema na água de Campo Alegre foi esclarecido

Na última semana, entre os dias 20 e 23, moradores de Campo Alegre reclamaram da cor da água que chegava nas casas. Na sessão de segunda-feira, 24, na Câmara de Vereadores também foi discutida essa questão, fortemente criticada pela oposição. Entretanto o problema tem uma justificativa e já foi solucionado. Em conversa com o secretário da Águas Campo Alegre, Peterson Kohler,  ele explica que por conta das fortes chuvas que ocorreram na semana passada, na noite de quinta-feira, 20, uma queda de luz desligou a dosadora que faz o bombar o sulfato ferroso, elemento usado no tratamento da água, interrompendo o processo de clareamento. Como não tem um funcionário para monitorar 24 horas o local a dosadora só foi religada na manhã de sexta-feira, dia 21, ocasionando a coloração da água levantada em questão. Mas é importante ressaltar que a água estava tratada e passou pelos filtros, não trazendo riscos à comunidade. “Foi um erro sim, uma vez que devemos estar atentos quanto ao processo como um todo, porém além da água não ofertar riscos posso garantir que estamos trabalhando para que este tipo de acidente não volte a causar este transtorno”, explica o secretário. “Desculpo-me a toda a população e me responsabilizo pelo ocorrido de forma que também sou consumidor e sei dos anseios de todos”, finaliza Peterson, que está estudando uma forma de manter um monitoramento.

O problema se estendeu por mais dias por conta da caixa ter uma capacidade de 400 mil litros, e assim que utilizado toda essa capacidade foi renovado por água limpa. A preocupação dos técnicos, revela o chefe do setor, Claudio de Souza, é melhorar cada vez mais e criar uma solução para casos como esse, como por exemplo, um poço artesiano, para atender a comunidade em uma situação similar, que com certeza, pode acontecer.

Para entender um pouco mais

Água potável não é água pura, quimicamente falando. Na realidade, a água potável é uma solução de uma infinidade de substâncias, algumas das quais a água trouxe consigo da natureza e outras que podem ser introduzidas ao longo dos processos de tratamento.A cor natural das águas potabilizáveis deve-se à variedade de substâncias que podem estar presentes, sob forma de solução. A cor aparente é dada por uma água não centrifugada e a real é dada após separarmos as partículas em suspensão presentes.
Diz-se que a água é turva quando contém matérias em suspensão, que interferem com a passagem da luz através dela, ou na qual é restringida a visão em profundidade de certa amostra. A turbidez das águas é devida à presença de partículas em estado coloidal, em suspensão, matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, plancton e outros organismos microscópios. Evidentemente ela tende a ser mais alta nos cursos d'agua, nos quais a água está em constante agitação, e menor nos lagos, nos quais o repouso da água permite a sedimentação das matérias em suspensão. A turbidez pode variar de zero, em águas puras, até centenas ou milhares de unidades, em cursos d'agua poluídos. As leituras são determinadas são em unidades nefelométricas de turbidez (UNT ou NTU).

Para corrigir a cor da água e torna-la atraente e potável ao consumidor é feito o processo com o cloreto de ferro. O cloreto de ferro é utilizado para depurar as águas residuais e para o tratamento de águas de consumo. O FeCl3 em meio aquoso ligeiramente básico reage com o hidróxido para formar flóculos de FeO(OH)-, que podem eliminar os materiais em suspensão. Quando se dissolve em água, o cloreto de ferro sofre uma hidrólise e liberta calor através de uma reação exotérmica. O resultado é uma solução ácida e corrosiva que se utiliza como coagulante no tratamento de águas residuais e na potabilização de água.