Campo Alegre amplia produção de soja

 Produtores de soja estão animados com a safra. A colheita está em andamento e a produção média em duas das maiores plantações do município atinge 60 sacas por hectare, dez a mais que no ano passado. As lavouras de soja ocupam aproximadamente 350 hectares de área este ano, contra 250 na safra anterior, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O agricultor Leonides Hoff aumentou em 20% a área de soja de sua propriedade. O preço do produto, cotado em aproximadamente R$ 45,00 a saca, aliado à necessidade de fazer a rotação de culturas, motivou a opção. Normalmente, os produtores trocam o produto cultivado a cada dois anos, a fim de preservar a qualidade do solo. “Há 14 dias estamos trabalhando na colheita com duas máquinas, e ainda vamos colher para terceiros”, conta Hoff. Mesmo com a colheita, o preço da soja continua com tendência de elevação por conta da maior demanda pelo produto brasileiro e norte-americano. Outro fator relacionado à alta cotação da soja é a queda da produção na Argentina onde algumas áreas tiveram quebra de até 30% devido à seca.

O bom resultado da safra de soja poderia ser ainda melhor, não fosse a prolongada estiagem. “O enchimento dos grãos ficou prejudicado, causando uma quebra de cerca de 10%”, calcula Hoff. A opção pelo plantio precoce colaborou para evitar prejuízos maiores na safra. “Todo ano costuma haver um período mais seco, então a gente já se antecipa e deu certo. Tem pouca coisa para colher ‘no tarde’”, avalia Hoff. Conforme levantamento da Epagri/Cepa de Canoinhas, a produtividade média da soja no Planalto Norte caiu de 50 para 43 sacas por hectare, comparando-se as safras de 2008 e 2009. Na região, o aumento da área plantada foi de 4,80%.

Outro produtor que apostou na soja é Bráulio Pruchnesky. “Este ano destinamos 57 hectares para o plantio da soja e a produtividade superou a expectativa, não podemos reclamar”, afirma. O agricultor lembra que outros municípios, sobretudo na região Oeste do estado, tiveram prejuízos com a estiagem. “Felizmente fomos pouco atingidos”, observa.

Milho

A maioria dos produtores campo-alegrenses já finalizou a colheita da safra de milho. Leonides Hoff plantou 90 hectares e colheu uma média de 152 sacas/ha. “Houve áreas que renderam até 162 sacas e no ano passado a média foi de 140”, comemora. A saca do produto está cotada a R$ 17,00, em média. 

Pruchnesky também está satisfeito com a safra de milho. “Plantei 40 hectares sozinho e outros 30 em parceria com outro produtor”, afirma. Só das sementes recebidas do Programa de Incentivo ao Agricultor, da prefeitura municipal, Pruchnesky colheu 18 toneladas, com média de 100 sacas por hectare. “Fizemos a pulverização no tempo certo e o resultado foi positivo”, avalia. O contentamento dos produtores campo-alegrenses se justifica, pois no Planalto Norte a média de produtividade do milho caiu de 135 sacas por hectare, em 2008, para 97 sacas este ano, uma queda de 28,15%. A estiagem é a principal causa desta redução.

Reflexos econômicos

A comercialização das safras campo-alegrenses de milho e soja devem representar uma injeção de aproximadamente R$ 7,4 milhões de reais, em valores brutos, na economia. A estimativa leva em consideração médias de produtividade mais modestas que as alcançadas nas propriedades de Leonides Hoff e Bráulio Pruchnesky. Até o final da safra, Campo Alegre deve colher cerca de 14 mil sacas de soja, isso considerando uma média de 40 sacas por hectare, o equivalente a R$ 630 mil, segundo a cotação atual do produto.

O milho, que ocupa 4 mil hectares do município, deve render, pelo menos, 400 mil sacas, o equivalente a R$ 6,8 milhões, conforme a cotação atual.