Plantas ornamentais são alternativas de cultivo

 

 

 

A diversidade na agricultura familiar da região está cada vez mais evidente. A cada ano, novas culturas surgem e muitas, como o cultivo de plantas ornamentais, são atividades consolidadas que crescem e favorecem a qualidade de vida de quem mora no meio rural. O agricultor Gelásio Dreveck, de Campo Alegre, é um dos exemplos. Ele está no ramo há 20 anos e a cada ano continua a expandir seu agronegócio.

Atualmente, em sua propriedade são cultivados buxinhos, cedros, moréias, palmeiras, podoscarpos, pinheiros, entre outras, e a comercialização é para todo o Brasil. As mudas são cultivadas na própria área, localizada em Avenquinha, distante cerca de 10 quilômetros do perímetro urbano. Gelásio conta que sua área, com cerca de 4 alqueires, é ideal para o cultivo de plantas ornamentais. “Não existe outra atividade tão rentável para uma pequena área”, garante. 

Dreveck vende sua produção para floriculturas de várias partes do Sul do Brasil. Ele também possui clientes conterrâneos e de cidades da região, os quais costumam comprar mudas diretamente na propriedade da família. Uma das grandes vantagens citada pelo agricultor é o trabalho ser manual, sem uso de agrotóxicos ou de grandes implementos agrícolas. “Cerca de 3 meses a cada ano passamos realizando podas nas plantas. Algumas espécies, como o cedro, necessitam ser cultivados e cuidados durante sete anos, para somente depois disso serem vendidos”, conta.

Ainda quanto ao cedro, Gelásio explica que as mudas só podem ser cultivadas na região Sul, devido ao clima, quente no verão e extremamente gelado no inverno. “Muitas das plantas são enviadas para a região Norte, onde o clima não favorece o desenvolvimento das mudas. Nossa região apresenta características e condições climáticas bastante favoráveis para esta atividade”, acrescenta.

CONCORRÊNCIA

Conforme Gelásio, uma das espécies que está em baixa quanto à procura é o buxinho. Apesar de muito comum em jardins e residências, a planta era uma das mais vendidas na propriedade da família Dreveck há alguns anos, no entanto, com o crescimento do número de produtores, houve grande desvalorização no preço e a rentabilidade é praticamente nula, quando não é negativa. “Hoje em dia, quase todo mundo cultiva buxinhos, o que implica no valor agregado do produto. Como existem muitos produtores cultivando este tipo de planta, a concorrência é grande, o que faz com que muitas vezes o prejuízo seja inevitável”, revela.

No entanto, como Gelásio possui outras espécies, as perdas com os buxinhos acabam sendo equilibradas. “O ramo das plantas ornamentais, assim como qualquer outro na agricultura, tem seus altos e baixos. Vários fatores implicam na questão, mas de forma geral, não temos do que nos queixar”, garante.

DOS MÓVEIS À AGRICULTURA

Gelásio conta que trabalhou desde na agricultura. Porém, antes ele se arriscou por alguns anos na fabricação de móveis. “Tínhamos uma fábrica aqui na cidade, era um empreendimento familiar. Porém, na década de 80 acabamos quebrando. Foi ai que resolvi investir no cultivo de plantas ornamentais. Um amigo meu me passou a dica, pois há 20 anos quase não existiam agricultores se dedicando a esta cultura, por isso, resolvi experimentar e acabei gostando. Hoje trabalhamos em cinco pessoas da família, todos juntos. Porém, é preciso ter jeito e força de vontade para fazer o negócio dar certo e crescer”, conta.

João Gomes de Siqueira, que também é membro da família Dreveck, é outro agricultor que arregaçou as mangas para ajudar no cultivo de plantas ornamentais e acabou gostando dos resultados. Ele largou o cultivo da erva-mate e atualmente se dedica apenas às mudas de plantas, junto de Gelásio e outros membros da família. “Gosto de trabalhar nesta cultura. Com o passar dos anos aperfeiçoamos nossas técnicas e hoje trabalhamos o ano inteiro somente com as plantas ornamentais. É uma atividade prazerosa, ainda mais por podermos trabalhar todos juntos”, afirma o agricultor.

DEZ PRODUTORES

Conforme o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Campo Alegre, Edilson Pruchneski, existe no município dez produtores atuando no cultivo de plantas ornamentais. Ele destaca que a atividade é uma entre tantas outras que existem atualmente na agricultura familiar da cidade. “O cultivo de plantas ornamentais também favorece o turismo rural. Essa diversificação em nossas lavouras é algo muito importante, que favorece cada vez mais, principalmente a agricultura familiar, pois na agricultura o clima interfere diretamente nos resultados. No entanto, se uma coisa não vai bem, os agricultores possuem outras para colherem bons resultados”, disse.