Colheita de soja e milho são destaques em Campo Alegre
Em Campo Alegre, os meses de março e abril são de colheita de soja e milho. Aproximadamente 700 agricultores colhem 4 mil hectares de milho e 800 de soja. Com as condições climáticas favoráveis, os produtores não tiveram graves problemas no processo de produção deste ano.
Durante os meses de colheita, levantar às 6 horas da manhã, tratar a criação e dedicar-se à colheita até tarde da noite é rotina na vida de Arnaldo Drevek, 48 anos. Com sua colheitadeira, o dia na roça é de muito trabalho. Ele e a esposa Olga chegam a trabalhar do nascer ao por do sol na colheita de 17 hectares de milho na localidade de Papanduvinha. Após terminarem, carregam o milho numa carretinha para levar ao secador, não muito longe da propriedade. O casal não conhece vida diferente dessa, de onde tira o sustento para a família. Arnaldo diz que, nos últimos anos, a produção estabilizou. A sua previsão de colheita para esta safra é de 120 sacas de 60kg.
Seu vizinho Maurício Derenievicz, 33 anos, também faz do meio rural seu sustento. Neste ano, plantou quatro hectares de milho e três de soja, além de uma pequena área destinada a cebola e outra ao sorgo, esta planta utilizada para fazer vassouras de palha. “Não conseguimos mais viver apenas da monocultura, precisamos diversificar para complementar a renda”, conta. Segundo ele, a relação custo/benefício para manter-se no campo encontra-se cada vez mais complicada, pois os rendimentos são menores. Mesmo assim, prefere a vida no campo. “Há quem diga que na cidade a vida é mais fácil. Eu não troco, aqui tenho estabilidade e dependo menos de influências externas”, comenta. Em comparação à produção do ano anterior, acredita que tenha estabilizado. “Felizmente, as pragas de plantação diminuíram”, relata.
Segundo dados do IBGE, nos últimos 3 anos a movimentação financeira saltou de 14 milhões de reais, em 2010, para 18 milhões, em 2012, um aumento de 27% em apenas dois anos. São cultivados, principalmente, o milho, a soja, o fumo, o feijão e a batata. Em fevereiro, o rendimento médio do milho foi de 600kg/hectar, e da soja 2700kg/hectar. Entre janeiro e dezembro de 2012, foi colhido mais de 10 milhões de quilos de milho, movimentando cerca de 4,7 milhões de reais. Já a soja teve dois milhões de quilos colhidos, girando cerca de um milhão e meio de reais.
Segundo o engenheiro agrônomo da prefeitura, Gilson Brunnquell, as principais dificuldades do agricultor estão na falta de armazenamento para a soja e no preço pago pelo milho durante essa época. “Com a oferta em alta, em época de colheita, os preços caem, deixando o produtor com lucro menor”, explica. Pragas da agricultura são facilmente controladas usando os insumos em quantidades e épocas corretas.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Edilson Pruckneski, informou que os programas para o agricultor continuam neste ano. Haverá a distribuição de milho, calcário, eucalipto, erva mate e frutas aos agricultores. A grande novidade deste ano é que o produtor deve receber em sua propriedade o calcário, com frete totalmente gratuito, bastando apresentar nota de produtor e DAPE. Entre os esforços para melhoria da agricultura, o prefeito Rubens Blaszkowski está pleiteando a compra de uma patrulha mecanizada através de recursos do Estado. “Não apenas por se tratar da principal atividade econômica do município, mas sim por valorizar as origens da nossa alimentação, o produtor rural precisa de apoio sempre e será dado”, declara Blaszkowski.