Festival de Inverno misturou frio e cultura no alto da serra
Música, dança, carne de ovelha e quentão foram os principais ingredientes para aquecer as cerca de vinte mil pessoas que participaram do Festival de Inverno, em Campo Alegre, no alto da Serra Dona Francisca. O evento começou na segunda feira e foi até domingo.
As baixas temperaturas também impulsionaram a venda de artigos de lã, como gorros, blusas, palas, mantas e acolchoados. A artesã Monalisa de Farias precisou buscar mais acolchoados em seu ateliê para atender a demanda. “E ainda recebi várias encomendas”, comemora. Na barraca da Fecampo, especializada em tecelagem manual, as mantas foram os produtos mais procurados. Luvas e cachecóis também tiveram boas vendas.
O show do grupo Minuano, na noite de sábado, reuniu cerca de seis mil pessoas. A tarde de domingo ensolarado levou outras sete mil pessoas ao evento. Músicos da região revezaram-se no palco. “A programação deste ano trouxe de chorinho à música gaúcha, de rock ao sertanejo, pois um dos objetivos do festival é valorizar a diversidade cultural”, explica a secretária de Turismo, Marília Crispi de Moraes.
Outro chamariz para os visitantes foi a gastronomia. “Vim de Balneário Camboriú só para comer a carne de ovelha de Campo Alegre e valeu a viagem”, conta Eduardo Moreira. Os restaurantes da cidade ofereceram cardápios especiais durante toda a semana. “Na manhã de domingo eu já havia vendido 70% dos pratos que preparei para o festival”, afirmou a chef do restaurante Saint Gallen, Jenifer Feuser, que comercializou carneiro à francesa.
Além da programação do final de semana, o festival reservou atrações culturais para cerca de dois mil estudantes das áreas urbana e rural. “Contação de histórias, capoeira, hip hop, lançamento de livro, teatro foram as atividades oferecidas ao longo da Feira do Livro”, observa a secretária municipal de Educação, Ângela Hübner. Trinta e três oficinas de arte, artesanato, culinária, cultivo de orquídeas e harmonização de vinhos foram oferecidas durante o festival.
Para o prefeito Vilmar Grosskopf, o Festival de Inverno já está consolidado como um dos maiores eventos do gênero na região. “Este ano, com a maior ocorrência de geadas, estamos recebendo ainda mais turistas no inverno, sobretudo nas propriedades abertas ao turismo rural”, afirma.
No sábado, Grosskopf inaugurou uma academia ao ar livre, instalada em parceria com a Unimed, para beneficiar, principalmente, os idosos. À tarde, houve escolha da Rainha da Melhor Idade O título ficou com Maria Krutezch, do distrito de Bateias de Baixo. Júlia Lopes e Clementina Kroll foram eleitas primeira e segunda princesas, respectivamente.
Na opinião de Odenilson Ehlke, um dos membros da comissão organizadora, a união das entidades, comércio e poder público é o segredo do fortalecimento do Festival de Inverno. “Nos próximos dias, a comissão se reúne para avaliar o evento e planejar a nona edição”, afirmou.