Nascimento de cordeiros gêmeos surpreende produtores

Cinqüenta por cento dos cordeiros nascidos este ano na cabanha Beck´s Ecke, em Campo Alegre, são gêmeos ou trigêmeos. Na Chácara Richardora a incidência de gêmeos é de 40%. A chegada de tantos novos cordeirinhos ao mesmo tempo surpreendeu até mesmo os produtores, pois normalmente as ovelhas criam um animal por gestação. De 33 fêmeas da Beck´s, 13 tiveram gêmeos e 3 pariram trigêmeos. No último caso, a sobrevivência é mais complicada, pois a ovelha possui apenas duas mamas e é preciso estar atento ao revezamento dos filhotes na amamentação.

O médico veterinário Denílson Bandeira explica que a alta incidência de dupla ovulação nas duas propriedades pode estar associada à boa nutrição das ovelhas no período que antecede à reprodução. “É claro que fatores genéticos influenciam, mas a boa pastagem deve ter contribuído”, observa. Bandeira afirma que o nascimento de cordeiros gêmeos é corriqueiro, mas o que chama a atenção é a alta incidência por propriedade. A chácara Richardora e a Cabanha Beck´s Ecke são vizinhas e trabalham em parceria. Enquanto a primeira dedica-se à criação de cordeiros para o abate, a segunda cria matrizes e reprodutores das raças Ille de France e Texel. As duas propriedades utilizam apenas métodos de reprodução natural.

Dos 114 filhotes nascidos na Richardora, 64 são gêmeos. Os nascimentos duplos trouxeram trabalho extra aos proprietários. “Quando nascem gêmeos, deixamos as mães confinadas com seus filhos durante 3 a 4 dias para que se acostumem aos dois cordeirinhos e para monitorar a amamentação”, conta Áureo Merkle. Na cabanha Beck´s Ecke uma das fêmeas teve mastite (inflamação da mama) e para salvar o filhote o jeito foi apelar para a mamadeira, com 40 ml de leite de vaca a cada duas horas. Por conta do tratamento especial, o cordeirinho ganhou até nome: Rodolfo.

Para garantir pastagem farta e de boa qualidade o ano todo, os proprietários da Beck´s Ecke e da Richardora trabalham com piquetes. “Dividimos o pasto em várias partes e a cada cinco dias, os cordeiros trocam de piquete enquanto a pastagem volta a se formar”, explica Áureo. Já o método de silagem assegura alimentação de boa qualidade mesmo nas estiagens de inverno. Com 30 dias, os filhotes começam a pastar, mas mesmo assim a ovelha amamenta o cordeiro por até quatro meses.  A Richardora costuma abater os animais quando atingem 4 a 5 meses, pois é o ponto ideal para obter boa carne. O controle das verminoses é feito com produto homeopático adicionado ao sal consumido pelos animais. Para maiores informações, o telefone da Chácara Richardora é (47) 3632- 3632-2348.