Apae de Campo Alegre produz sabão ecológico

Alunos da escola especial Wilson José Liebl, a Apae de Campo Alegre, estão fazendo sua parte na preservação ambiental. Através da “Oficina de Sabão”, a Apae evita que o óleo de cozinha utilizado contamine o solo. Desde o ano passado, o terapeuta ocupacional Mário César Deunísio trabalha com os alunos na confecção do sabão ecológico. A escola ainda divulga a receita para famílias da comunidade e este ano deve dobrar a produção porque a oficina passa a ocorrer em dois turnos, de manhã e à tarde, uma vez por semana.

A parte do processo que envolve a mistura de água quente e soda cáustica é feita por Deunísio para evitar qualquer risco aos alunos. O restante do trabalho que envolve mistura dos demais ingredientes, separação das barras e principalmente a embalagem é realizado pelos educandos. Durante a tarefa, eles aprendem noções de quantidade, seqüência e colocam em prática o cuidado com a natureza.

A oficina acabou envolvendo a comunidade, pois depende da doação de óleo usado feita por restaurantes e lanchonetes campo-alegrenses. “No ano passado usamos cerca de 25 litros de óleo por mês e agora queremos dobrar esse volume”, prevê Deunísio.

A Apae já distribuiu gratuitamente amostras do sabão, acompanhadas da receita, durante a Festa da Ovelha e na Campo Alegre em Feira. Atualmente as barras são vendidas a R$ 0,50 e o recurso arrecadado se reverte em benefício dos alunos. “Nosso objetivo não é lucro e sim estimular a população a reaproveitar o óleo de cozinha”, explica a diretora Nádia Bastos. Com o dinheiro da venda do sabão, a escola oferece lanche especial e passeios aos participantes da oficina.

Fazer o sabão ecológico é fácil. Deunísio dilui a soda cáustica na água quente, tarefa que só pode ser executada por adultos, pois exige cuidado para evitar contato com a soda.  Em outro recipiente, os alunos ajudam a misturar o óleo usado, um pouco de sabão em pó e de amaciante de roupas. “Se quiser é possível adicionar essência e corante ou até mesmo aroma natural, como hortelã ou erva-doce, por exemplo”, explica. Depois de misturar tudo, coloca-se a massa nas formas onde deve ficar por um dia. “Desenformo o sabão e cortamos as barras no tamanho desejado”, conta o terapeuta ocupacional. Após uma semana o sabão pode ser embalado. É nessa parte da atividade que os alunos treinam a coordenação motora, pois precisam colocar as barras em pacotes plásticos e fechar a ponta com arame flexível. A receita utilizada rende aproximadamente 5 kg de sabão.

A “Oficina de Sabão” garante destino adequado ao óleo de cozinha evitando o despejo no ambiente. O óleo impermeabiliza o solo facilitando a ocorrência de enchentes, além de causar mau cheiro. Quando se espalha pela superfície de rios, o óleo prejudica a fauna aquática e, se despejado na pia, causa entupimento de tubulações quando não passa por uma estação de tratamento.

Ingredientes

4 latas de óleo de cozinha usado (exceto de fritura de peixe)
1 kg de soda cáustica
1 copo de amaciante de roupas
1 copo de sabão em pó
1 copo e meio de água
corante e essência (opcional)