Produtores de Campo Alegre apostam no cultivo de amoras
Uma parceria entre o Sindicato Rural de Campo Alegre e a empresa Via Pax, especializada em produtos orgânicos, garantiu a aquisição de 15.500 mudas de amoras. Vinte produtores participam do projeto pagando metade do preço das mudas na entrega e o restante com a própria produção. Pelo contrato, a Via Pax garante a compra de toda a produção e ainda fornece orientações técnicas para o cultivo.
O Sindicato também contratou um técnico agrícola para acompanhar a implantação do cultivo de amoras. Cada muda tem custo de R$ 1,25. São quatro variedades: xavante, guarani, ébano e tupi. O auge da produção, de 3 a 4 Kg por pé, ocorre em três anos, mas a planta começa a produzir já no primeiro ano. “A colheita ocorre de dezembro a fevereiro e a amora é bastante rústica, isso é, não requer terra muito fértil nem demanda muito trabalho”, explica o técnico em Agropecuária Cristiano José Fuckner.
O preço médio de venda para a amora é de R$ 3,00 o quilo. As plantas têm uma vida útil de aproximadamente 15 anos.
Produção orgânica
Os produtos orgânicos apresentam um crescimento de 30% ao ano no mercado brasileiro, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e já atraem a atenção de importadores europeus. O gerente geral da Via Pax, Sílvio Holz, acompanhou pessoalmente a entrega das mudas em Campo Alegre e se declarou otimista com o cultivo de orgânicos no município.
Certificada pelo IBD (Instituto Biodinâmico), principal instituição que atesta a qualidade de produtos orgânicos no Brasil, a Via Pax atende todo o Brasil e já negocia com a França. “Estaremos presentes na Feira Internacional de Orgânicos, na Alemanha, o maior evento do gênero no mundo onde pretendemos avançar no contato com países compradores dos produtos brasileiros”, afirmou o gerente da Via Pax. Para Holz, a pareceria com os produtores rurais de Campo Alegre tem um significado especial, pois quando criança acompanhava o pai em viagens ao município para compras de uma cozinha industrial. “A proximidade entre Campo Alegre e Joinville também é um ponto altamente positivo”, destacou. A Via Pax atua em Santa Catarina desde 1994 e sua sede está em Joinville desde 2007.
Para a tesoureira do Sindicato Rural, Regina Maria Munhoz, o cultivo orgânico de amoras, além de ser uma nova alternativa de renda ao pequeno produtor, ainda abre portas para a ampliar a produção orgânica do município. “Plantar com a certeza de colocação do produto no mercado dá maior segurança ao nosso agricultor e as expectativas são muito boas”, disse Regina. A parceria entre o Sindicato Rural e a Via Pax é resultado de aproximadamente um ano de negociações. Na produção orgânica, todo o cultivo é feito de maneira natural, livre de produtos químicos.