Festa da Ovelha impulsiona consumo de carne na região

De 2008 para 2011, o consumo de carne na Festa Estadual da Ovelha cresceu mais de 300%, saltando de 3 para 9,5 toneladas. Mas não é apenas durante o evento que a procura por carne ovina acontece. Atualmente, a produção campo-alegrense, que antes abastecia mercados como o de Curitiba, não supre nem a demanda regional, tamanha a procura.

 

 Em Campo Alegre, novos postos de venda de carne inspecionada foram abertos. É o caso da Casa da Colônia, Chácara Richardora e do Restaurante Egon. “As pessoas vêm para a festa, gostam da carne de ovelha, depois voltam a Campo Alegre para passear, visitar os pontos turísticos e buscar mais carne”, conta Wolfran Bahr, presidente do Núcleo de Ovinocultores.

 

Com o aumento da procura, o preço da carne ovina passou de R$ 13,00 o quilo, no ano passado, para R$ 15,00, em média, este ano. “É claro que cortes mais nobres têm preço diferenciado”, observa Bahr. O pernil de ovelha é o corte mais procurado, tanto na Festa da Ovelha, quanto nas casas de carne. “Durante a festa, também sai muito a carne fina, a chuleta, que é de preparo mais rápido”, diz Bahr. Para os criadores, a valorização da ovinocultura também traz bons resultados. Um reprodutor puro de origem chega a custar R$ 1.200,00. 

Este ano, a Festa da Ovelha conta com julgamento de ovinos, feito por um veterinário e um zootecnista da Associação de Criadores de Ovinos de Santa Catarina. Um dos expositores é dono do atual campeão da Feinco (SP)/2011 e da Expointer (Esteio-RS), a maior feira do gênero na América. Criadores de Ibirama, Curitibanos, Rio dos Cedros, Mafra, Canoinhas e, é claro, de Campo Alegre, trarão cerca de 100 animais para a exposição.

 

As cabanhas de Campo Alegre são referência de qualidade, principalmente nos plantéis de Hampshire Down, Texel e Suffolk. Também há rebanhos de Santa Inês, Ille de France e Crioula, no município. “São raças próprias para o corte”, explica o presidente do Núcleo.

 

Embora os criadores campo-alegrenses dediquem-se à produção de carne, a lã também é aproveitada. A tosquia ocorre entre os meses de setembro a dezembro, por conta da elevação da temperatura. A lã retirada vai para o Rio Grande do Sul e parte segue para a Itália. O quilo da lã bruta está em torno de R$ 3,00 e a lã pronta para fio custa, em média, R$ 18,00 o quilo. “Cada animal rende em torno de 2,5 quilos de lã”, explica Bahr.

 

O Núcleo de Ovinocultores investe na capacitação dos criadores, realizando uma média de cinco treinamentos por ano. O grupo pretende implantar um programa de compra coletiva de insumos para baratear o custo do manejo dos rebanhos.